pulou do tanque
a rã de Bashô,
que será que ele acho(u)?
o sal do oceano,
será, meu Deus,
a lágrima do peixe?
eu olho a formiga
ela nem liga
passa e se equilibra
se espicha toda
a lagartixa
e come a barata viva
o que te importa
é a cor da epiderme? saibas,
será banquete de verme!
digo em verdade
brincar a síntese do verso
é a maior liberdade
reúno num haicai
minha África ancestral
e a cultura oriental
é de admirar
seu jeito torto de amar
ama amar sem amar
parado passo
andando me desfaço
e sigo passando
belo o boi no pasto,
mas belo? o que importa
é o boi no prato!
haicai suburbano:
pega o ônibus, vai de trem,
vive meio engano.
digo com apreço,
dinheiro? na sepultura
tudo é esqueleto!
castiga a fome
devora o ventre da criança
que há dias não come
abjeto salário,
por que não tenta o patrão
viver como operário?
brinca o vento
de desmaiar em teus braços,
corpo em movimento.
estou carente de amar
mas só tenho esta cama vazia
e a mania de pensar
quanto lamento
de dor... profundo canto
do sapo cururu
conta-me sabiá,
onde fica sua morada.
no pé de jacarandá?
DÚVIDA
sr. Peixe, pergunto:
no fundo do mar, como
dormes sem deitar?
A GALINHA
no manso murmúrio
do rio, a galinha, rente
à margem, dormiu.
INVERNO
bicho de pelúcia,
no denso frio da invernada:
criança agasalhada.
PRIMAVERA
brota a primavera,
num bem devagarinho...
-gorjeia passarinho!
ÀQUELE AMOR
hoje relembro com
ardor, toda a inocência
dos bilhetes de amor.
MANHÃ
vendaval imenso,
que revirou, imenso drama:
mexeu toda a cama!
DEPOIS DA CHUVA
passa a lua
no asfalto sob meus pés,
caminho por estas ruas.
FLORES DE ABRIL
finda as flores de abril,
pelas brandas mãos do outono.
-mais uma folha caiu!
2011- 2012- 2013- 2018- 2019
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Pedacinho de amor
ResponderExcluirEm cada verso
Desses haicais!
Bravo meu querido poeta!