alaga o sorriso no rosto
do favelado
rio que deságua no mar do sofrimento
e na inércia do conjunto que não é o todo
porque somos muitos
despenca o negro pirâmide
a
bai
xo
negrura exposta na estrutura social
no geográfico caráter do não viver
que resiste ao impossível
dissipando o tempo na angústia
do não ser
-gado e pasto-
sociológico abandono
estrutural desenlace
desengano e sociedade
e lega-se mágoa
vende-se a alma ao diabo
a preço de centavos
suados
sob o anverso da moeda do escárnio
apartheids segregam flores do mesmo jardim
demagogia racial tranca as portas do acesso
cotiza exclusão
mas o poder do negro cresce pra dentro
e transborda poesia
para os poros lacrados da humanidade
Set- 2021
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