sábado, 11 de janeiro de 2025

Sob as barbas de deus

a féria é pouca pro mês
o catado da feira não sobra pra semana
as sinfônicas do rádio dão lições de delicadeza
e vou-me embrutecendo com a árdua lida
tuas mãos suaves de docente
extranharão a calosidade grosseira das minhas
o intelecto desenrolando assim assim
estalado de sol tamanho
o patrão mais quer explorar
a sociedade mais oprime arrogante sob as barbas de deus
os sonhos todos de vida a dois definham como nuvens
dispersas na abóboda do céu
este negócio de amor escolhe cor e condição
sem que não sofra ninguém
nesta sociedade que destrói com requintes de crueldade 
a pessoa física de quem ganha o pão com a força dos braços
e os humildes planos de família satisfeitos
vêm com prazo de validade vencido de fábrica
do ventre materno ao inferno
desta vida de silvas

                       Jan- 2025

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