sexta-feira, 4 de julho de 2025

Aonde poesia?

e nuvens flainam
e folhas adejam à brisa
um negrinho chuteira extinta
chão pé e poeira
trama a fama adversa
assistem incrédulos os esfarrapados
quase se exime a favela
diante de tanto risco tanta fome
nas faces o abandono
será viável o impossível
se nem o mínimo
se nem se aprende se nem se come
e mais um cadáver grita
indiferente à atmosfera que paira
do moleque que acredita
e desfalece a poesia
inerte à realidade explícita
o dia mais azul é cinza
amarga a escrita

         Jul- 2025

Nenhum comentário:

Postar um comentário