nas sujas senzalas de então
nem estou nas lavouras nas moendas
ou nos engenhos
muito menos sou negro forro
nasci livre à custa da luta ancestral
mas sinto o peso da pedra
pedra de erguer muros
de construir passagens aos bens
do patronato branco
livre sou até que marcado de cicatrizes
ceda meu corpo ao açoite diário
da exploração
da opressão e do escárnio
que explícitos impõem-se pela força
sob o império descarado
de uma cor que se distingue se exalta
se jacta de um poder usurpado
a braquitude tem as armas
a prata o trono
o negro trabalha se esfola se extingue
eles usufluem apoderam-se
perpetuam-se exclusivos donos
de entes adestrados
Jul- 2025
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