quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

Desnuda

flor que ao solo fértil
baixo-horizonte de teu rosto
desabrocha
cuidadosamente gestada na essência
do teu ser
            desperta e aguça
esta sede inesgotável de teus lábios
rubros de entardecer

a metrópole transpira 
fluxo arterial constante dramas sociais
inflação violência desemprego
    fome que teima em doer fome
        miséria que persiste
ilustrão as páginas dos jornais

de minha parte absorto
na estampa translúcida de teu esmalte
que te desnuda e revela
                                   resta lutar
mesmo que com palavras
por dias melhores

                        Jan- 2024

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