sábado, 27 de janeiro de 2024

Quando ouço um blues

quando ouço um blues
vozes ancestrais falam em mim
um lamento de cratera no centro do ser
sons de antigas lavouras
engenhos
e garimpos
a moenda dentro do peito
remoendo memórias que guarda a pele
memórias de um tempo obscuro
mas uma força tremenda
que vem do âmago
rompe com o passado de lágrimas
e negro refeito das amarguras
deixo que me atravesse um sopro de liberdade
que o som se aposse de mim
porque é tempo de música
                 quando ouço um blues

                                  Jan- 2024

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