perambulam sem rumo certo
atormentados de tráfego e fuligem
possuídos da inceteza
do que virá na próxima esquina
bem raciocinam no avesso da razão
a lucidez da loucura
famintos ratos das ruas da cidade
loucos alucinados
de gás e buzina
caminham pelas sombras
do que já foram
seres de pele escura de sebo e melanina
sequer sabem de onde veio a sina
(o homem que arvora-se a explicar o homem
quase nega um passado que condena
passado de tronco senzala e algema)
e espectros das próprias
sombras
insenssíveis os passantes
nem os notam
invisíveis são a própria chaga exposta
chafurdando restos dos restaurantes
acomodando-se sobre as próprias
bostas
Jan- 2024
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