sábado, 9 de março de 2024

De/negrir

preceitos arcaicos não nos acertam 
não negociamos liberdades
no nosso quintal
violência enverga bege não pele negra
em cinzas de carnaval

no céu do preconceito
enegrecemos estrelas no auge da luz
e o ágio cobrado por esta audácia
não reverbera 
no existir de quem resiste e não cai na armadilha
do de/negrir o já negro

deter a indecência
do seu legado de palavras tortas
é reinventar a escrita atenta
para a artimanha perversa do seu conceito
com asas negras
e livres escreve-se livros
de respeito

suas regras e normas
não seduzem a autêntica força da nossa sintaxe
e nosso verso cresce honesto e filosófico
com artilharia de orixás em ori
e a poesia se refaz
com a bandeira NEGRA da paz
nem branca
nem tanto faz
 
    Set- 2021

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