não se ama além da própria utopia
pedaços de um homem,
pedaços de um homem,
partes inteiras de mágoa,
o coração rubro de um homem negro.
o estio vence os braços, vence a boca,
vence o pênis
-imenso de solidão-
enquanto os olhos têm os olhos
esquecidos noutros olhos.
eu quero a centelha no feno
muito além do fla flu casual
sem ausência ou apatia
eu quero a ousadia profana de um corpo
imperfeito
difusa qual artérias nas grades do peito.
hediondas paredes de pedra
à minha volta
-mais um emparedado destino-
o amor deflagrado
que não violenta.
mas não brincarei no carnaval sem passista
da avenida do tempo,
a vida escorrendo em suores.
eu quero mais que o amor alheio,
amor que morde e assopra
-tirano e frio-
eu quero o amor que volta,
a felicidade de uma boca,
de uma buceta, de uns seios.
14.02.2021
Uau!
ResponderExcluirBravo!!!
De arrepiar, esquentar,desejar!!!