terça-feira, 5 de março de 2024

A renúncia do poeta

grafar teu nome no atropelo
das obrigações diárias no outono poluído 
da metrópole de pedra
escrever entre ruído e fuligem 
o enredo dum amor 
que não se desgaste feito engrenagem
na grave inércia do mármore exista

o tempo é credor dos corpos
hábitos e costumes
com o amor coexiste na órbita do indizível
é frágil o verbo
rica a poesia que há na vida

então quero existir
noite adentro da intimidade nossa
na fortaleza dum apartamento
tratar de boletos e despesas no café da manhã
averiguar nos jornais algum alento concreto 
contra a violência

vez em quando evadir pro campo

      Mar- 2021

Nenhum comentário:

Postar um comentário