à Eliane
uns olhos cheios de abismos
cactos feridos sob pedras
olvidos e névoa espessa
que me ver já não podem
estrelas no sótão de ilusões
aos esplendores da vida dedicadas
sem que a réstia de luz
ofereça o norte que não encontram
e vagam horizontes
perdidos no crepúsculo que não há
não pode haver no tempo
no tempo dilatado de outonos
passeavam em desespero
nas mesmas ruas
nas mesmas temidas órbitas
no adejar de silênciosas batalhas
em fragosos campos de pedra
sonhos e distâncias remotas
passaram por mim uns olhos
flores inacessíveis
na fotossíntase das manhãs
e com viés de sepulcro
como as cores de um arco-íris
não deixaram vetígios
Jul- 2021
Olhos tristes, cheios de amargor que só a dor da'lma explica.
ResponderExcluirParabéns!