domingo, 25 de fevereiro de 2024

Agosto

na tua pele arde
qualquer coisa de fruta
talvez o cheiro talvez o sabor
que na boca 
fica depois do amor

os lençóis falam
de nossa pele indefesa
da chama que não se apaga
nossa fome
nossa orgia negra

ainda que durma
o corpo que se esgota
a noite teima e nos reclama
mesmo nas dores
que esconde a cama

amar ensina
a sina de viver o outro
o que a vida fustiga e fere
sepultamos na cinza
face de agosto

    Agos- 2021

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